Polêmica!

Música

10.09.12

Ao final do post, há uma playlist com as músicas do Acervo do IMS que aparecem sublinhadas no texto.

Higiene poética do samba

“Eu tenho orgulho em ser tão vadio!” – cantava Sylvio Caldas, acompanhado pelo conjunto Diabos do Céu de Pixinguinha, no lado B de uma bolacha de 78 rotações por minuto lançada pela Victor em outubro de 1933. O samba, chamado “Lenço no pescoço” e assinado por um obscuro Mário Santoro, era um delicioso autorretrato de um malandro carioca – do figurino (chapéu do lado, tamanco arrastando, lenço no pescoço, navalha no bolso) à ideologia (“eu vejo quem trabalha andar no miserê”, “eu sou vadio porque tive inclinação”).

Apesar de enquadrados aqui e ali pela Lei da Vadiagem, os malandros – espécie de herdeiros da capoeiragem de fins do século XIX remodelados pelos filmes de gângster norte-americanos das décadas de 1920 e 30 – ainda davam seus rabos-de-arraia com considerável liberdade pelo Rio de Janeiro dos anos 1930. “Lenço no pescoço” não era o primeiro samba a retratá-los, nem seria o último. Também não era o mais virulento – ouça “Amor de malandro” (Francisco Alves, Freire Júnior e Ismael Silva, 1929) ou “Mulher de malandro” (Heitor dos Prazeres, 1931), e me diga. Mas foi pego para cristo pela Confederação Brasileira de Radiodifusão – criada por empresários para defender os interesses das emissoras de rádio -, que designara uma comissão de censura com poderes para vetar qualquer música “em nome da moralidade e do respeito às autoridades constituídas”. No dia 10 de outubro de 1933, fez-se a primeira vítima: o samba de Santoro, que teve sua veiculação proibida.

 

Rótulo do disco com “Lenço no pescoço” ainda creditado a Mário Santoro.

Dois meses antes, o compositor Orestes Barbosa chamara a atenção para o samba, em sua coluna do jornal A Hora:

“Causou má impressão o novo samba de Sylvio Caldas. O malandro, hoje, não usa mais lenço no pescoço, como no tempo dos nagoas e guaiamus. Além disso, no momento em que se faz a higiene poética do samba, a nova produção de Sylvio Caldas, pregando o crime por música, não tem perdão.”

(Por risível ironia do destino, o segundo veto higienizador da comissão de censura cairia sobre “No Morro de São Carlos” – samba do próprio Orestes em parceria com Hervê Cordovil.)

Muito embora por outros motivos, quem também estrilou contra “Lenço no pescoço” foi o compositor Noel Rosa – que na época já era um cartaz.

Dancing Apollo

Em 1929, o fenômeno Noel Rosa conquistara a cidade a bordo de “Com que roupa?“. Tinha 18 anos e o samba era tão somente sua terceira gravação como cantor e compositor (o que me leva a pensar que cada época tem a revelação teen que merece). Quatro anos depois, quando Sylvio Caldas teve a audácia de vestir o “Lenço no pescoço” – que revelou-se, na verdade, ser de autoria do novato Wilson Baptista -, Noel já não era uma forte promessa, mas uma constatação.

Mesmo frequentando patotas diferentes, Wilson e Noel já se conheciam vagamente, do teatro musicado da Praça Tiradentes e das noites boêmias da Lapa. Seus caminhos, no entanto, se cruzariam com mais intensidade a partir daquele 1933. Um dos primeiros sucessinhos de Wilson, “Desacato“, foi gravado em julho e, emblematicamente, como lado B do “Feitio de oração” de Noel. Talvez nesse momento Noel tenha reparado que aquele mulatinho miúdo e magrela, emigrado de Campos dos Goytacazes, já estava começando a mostrar serviço. Não esperava é que o verdadeiro desacato de Wilson viesse logo em seguida: conquistar o coração de uma dançarina do Dancing Apollo (situado à Rua Mem de Sá, 34, na Lapa) que Noel também andara assediando.

 

Capa da partitura de “Desacato” (Wilson Baptista e Murillo Caldas), que foi lançado em disco como lado B de “Feitio de Oração” (Vadico e Noel Rosa), em 1933. Era a primeira vez que Wilson e Noel “dividiam” um disco.

Na tentativa de baixar a crista de Wilson, seu rival nos carinhos da morena do Apollo, Noel compôs o samba “Rapaz folgado“, em que detonava, verso a verso, a empáfia de “Lenço no pescoço”: “E tira do pescoço o lenço branco / Compra sapato e gravata / Joga fora essa navalha / Que te atrapalha”. Sem saber, procurava sarna para se coçar: era tudo o que o cavador Wilson Baptista podia querer.

Desafio e amizade

Quando ouviu “Rapaz folgado”, cantado por Noel no Programa Casé e ecoado por colegas nas rodas de compositores, Wilson deu o troco – por gaiatice e senso de oportunidade – com “Mocinho da Vila”, em que aconselhava Noel a cuidar de seu microfone e deixar quem era malandro em paz. No breque final do samba, orgulhava-se: “modéstia à parte, eu sou rapaz” (folgado?). Em “Feitiço da Vila“, lírica parceria com Vadico gravada no ano seguinte por João Petra de Barros, Noel parece redimensionar o orgulho de Wilson – “modéstia à parte, eu sou da Vila” (Isabel), diz ele. Coincidência? O fato é que Wilson voltou à carga com “Conversa fiada”, questionando cada imagem de superioridade do bairro contida no samba de Vadico e Noel. Oficialmente, considera-se o clássico “Palpite infeliz” (lançado em disco por Aracy de Almeida) uma resposta de Noel ao “Conversa fiada” de Wilson – e tudo leva a crer que tenha sido mesmo, apesar da veemência com que compositores do Salgueiro reivindicaram o samba, ao longo dos anos, como um pito destinado, na verdade, ao lendário Antenor Gargalhada, sambista que também andou às turras com o Poeta da Vila. Infelizmente, Noel não deixou declarações a respeito.

Sendo ou não o alvo de “Palpite infeliz”, Wilson virou motivo de chacota entre as xicrinhas do Café Nice – ponto de encontro de compositores, na Avenida Rio Branco, 168-170. Muy amigos como Germano Augusto e Kid Pepe atiçavam os ânimos, afirmando que Noel preparava uma série de sambas arrasadores contra ele (também faziam o inverso com Noel). O sucesso de “Palpite infeliz” no carnaval seguinte (1936) tornou a situação ainda mais humilhante para Wilson.

 

Noel Rosa em 1936, ano em que “Palpite infeliz” arrasou quarteirões.

Na expectativa de ser novamente espinafrado, Wilson encheu gavetas com sambas de deboche a Noel que ele mesmo – erradamente, diga-se – julgava “borocochôs” (fracos). Vieram “Frankenstein da Vila” (em que deliciosamente rimou “Frankenstein” com “um certo alguém” e deu um golpe baixo em Noel mexendo com o seu queixo defeituoso) e “Terra de cego”. Ambos foram cantados em rádio, por nomes como Léo Vilar, Mário Moraes e Os Quatro Diabos, mas não chegaram a ser gravados. Aliás, nem foram feitos para isso – eram apenas piadas.

Alheio àqueles que queriam ver o circo pegar fogo, Noel resolveu emendar o ditado: mesmo podendo com o “inimigo”, juntou-se a ele. Encontrando Wilson por acaso num café no centro da cidade (uns dizem que foi no Café Club, outros no Leitão), tomou a iniciativa de fazê-lo seu parceiro. O que, para prejuízo de todos nós, aconteceu essa única vez. A partir da melodia de “Terra de cego”, Noel criou uma nova letra, mudando o nome do samba de Wilson para “Deixa de ser convencida”. “Todos sabem qual é teu velho modo de vida”, diz um trecho da parceria. O recado tinha destino certo: uma certa morena do Dancing Apollo, página virada na vida de ambos.

Pouco mais se viram. Wilson e um amigo – Erasmo Silva – haviam formado a dupla vocal Verde e Amarelo e embarcaram em meados do ano seguinte para Buenos Aires, como cantores da orquestra baiana Os Almirante Jonas. Ficariam dois anos fora do Rio de Janeiro, emendando a gig portenha com uma longa estadia em São Paulo, como atrações fixas das rádios Record e Tupi.

 

A Dupla Verde e Amarelo, de Wilson Baptista e Erasmo Silva, em cartaz de show realizado em Pelotas (RS), em 1937.

 


Em 1937, quando soube da morte de Noel, Wilson (ainda em São Paulo) fez um samba em homenagem ao colega, chamado “Grinalda”. Cantou-o em rádio, mas nunca chegou a gravá-lo. Até falecer em 1968, reverenciou Noel como um ídolo em dezenas de entrevistas. E citou-o em pelo menos oito sambas: “Terra boa” (1942), “Waldemar (Quero um samba)” (1943), “Chico Viola” (1952), “Garota dos discos” (1952), “Skindô” (1962), “Parabéns, Rio” (1965), “A nova Lapa” (1968) e “Transplante de coração” (1968).

 

Wilson Baptista diante do microfone da PRF-9 (Rádio Difusora Porto-alegrense) em 1937, aos 24 anos.

A Polêmica ganha forma

Em 1951, o apaixonado “homem de rádio” e pesquisador Almirante produziu e apresentou uma série radiofônica de grande sucesso, No tempo de Noel Rosa, que desaguaria anos depois numa biografia do compositor. Era o início do resgate da memória de Noel, depois de uma década de relativo esquecimento.

Com sua atuação nos anos 1950 cada vez mais reduzida ao carnaval, Wilson não esperava muito dos meios de comunicação. Talvez por isso tenha lhe parecido lisonjeiro participar do programa, no episódio sobre a polêmica musical ocorrida quinze anos antes – mesmo que isso significasse compactuar com a versão “rearranjada” por Almirante para ir ao ar. Sintonizado com o gosto de seus ouvintes – em geral donas de casa com um olho no ferro de passar e o outro na leiteira quase fervendo -, Almirante jogou a morena do Dancing Apollo para baixo do tapete e dignificou a motivação de Noel ao iniciar a contenda com Wilson. Segundo o radialista, Noel respondera a “Lenço no pescoço” movido “por um louvável interesse pela regeneração dos temas poéticos da música popular”. Logo quem. Amigo de malandros perigosos como Baiaco, Meia Noite e Zé Pretinho, Noel Rosa – para desespero da mamãe D. Martha – vivia a léguas do politicamente correto (conceito que, aliás, nem existia). Seu fascínio pela malandragem está presente em sambas como “Capricho de rapaz solteiro”, gravado por Mário Reis no mesmo ano em que Sylvio Caldas gravou o “Lenço no pescoço” de Wilson: “Nunca mais essa mulher / Me vê trabalhando / Quem vive sambando / Leva a vida para o lado que quer / De fome não se morre / Nesse Rio de Janeiro / Ser malandro é um capricho / De rapaz solteiro”.

Ao criar um canto claro para Noel no ringue da Polêmica, tirando de cena a dançarina do Apollo, Almirante não se perguntou: a quem caberia o canto escuro?

Vilão da Polêmica

A participação de Wilson num dos capítulos de No tempo de Noel Rosa, com direito a apressada palinha de seus maiores sucessos, é, ironicamente, um dos poucos registros de sua voz falada. Ele vestia ali, com indevida humildade, uma carapuça aderente, vendendo-se como um anti-Noel. E o que tinha sido apenas uma chanchada entre colegas na disputa por um rabo-de-saia, restrita à galhofa das rodas de compositores, ganharia, com o passar dos anos, cores de um duelo quase épico, rendendo análises sociológicas profundas que contrapunham Vila Isabel x Estácio, Branco x Negro, Civilização x Malandragem. Num processo similar ao de Carmen Miranda (dadas as roliudianas proporções), em que a Carmen-cantora foi ofuscada pelo brilho de seus arranha-célicos turbantes, o Wilson-craque-da-composição foi sendo empurrado para a sombra pelo patético Wilson-vilão-da-Polêmica.

A Odeon sai na frente

A ideia de gravar a Polêmica na íntegra (como fora apresentada no programa de Almirante) ganhou força a partir do advento do disco de dez polegadas, em meados da década de 1950. O formato – em geral, quatro faixas de cada lado – era perfeito para abrigar a série de sambas que compunham o “duelo musical”, dos quais permaneciam inéditos em disco “Mocinho da Vila”, “Conversa fiada”, “Frankenstein da Vila”, “Terra de cego” (todos de Wilson) e “Deixa de ser convencida” (de Wilson e Noel).

Em 1953, a Revista do Rádio anunciou que Wilson Baptista planejava “regravar os desafios que fez com o saudoso Noel Rosa”. Mas só no final do ano seguinte a coisa pareceu andar: segundo um Diário Carioca de novembro de 1954, o disco se chamaria Polêmica, sairia pela Continental, e teria suas gravações iniciadas no mês seguinte – com Aracy de Almeida, e não Wilson, ao microfone. Meses depois, a imprensa ainda noticiava o disco como um projeto a ser realizado. Seria o terceiro de Aracy devotado a Noel na Continental – a cantora já lançara Aracy de Almeida apresenta sambas de Noel Rosa (1954) e Canções de Noel Rosa com Aracy de Almeida (1955). Mas a Odeon passou a frente e frustrou os planos de Aracy.

Diz a revista Radiolândia em junho de 1955: “O cronista Alberto Rego, conhecido caititu (gíria para divulgador musical), tanto fez e mexeu que conseguiu uma coisa que toda gente julgava difícil: a gravação da famosa polêmica musical entre Wilson Baptista e o falecido Noel Rosa. Esse disco, que a Continental chegou a anunciar, será feito pela Odeon, que quebrará assim um velho encanto. E viva o Borocochô (apelido de Rego)!” Nos primeiros meses de 1956, de fato, Polêmica chegou às lojas, com o selo da Odeon impresso na linda capa ilustrada por Nássara e os cantores Francisco Egydio e Roberto Paiva dando voz a Noel e Wilson, respectivamente. Em poucos anos, se tornaria um item de colecionador.

 

Capa do disco Polêmica (Odeon MODB 3.033), com caricaturas de Noel e Wilson assinadas por Nássara (parceiro musical de ambos).

 

 

Anúncio do disco Polêmica em jornais de 1956.

Rua do Rezende

“Foi um disco apressado” – lembra Roberto Paiva, memória tinindo aos 91 anos de idade. “Fui convidado pelo Lentine, diretor artístico da Odeon. Me passaram as partituras, ensaiei com um pianista amigo, da Rádio Nacional, e em poucos dias estava gravando. Gravei todas as músicas de uma vez só, num estúdio provisório, bem precário, que a Odeon teve na Rua do Rezende, quase esquina com Mem de Sá, antes de se mudar pro Edifício São Borja, na (Avenida) Rio Branco.”

Não havia bairro melhor que a Lapa para eternizar as músicas de Wilson, lapeano de carteirinha. Quanto às de Noel, diz Roberto, foram gravadas por Egydio no estúdio da Odeon em São Paulo. Roberto e Egydio não estiveram juntos – somente meses depois, quando cantaram a Polêmica em um programa de TV paulista. Wilson Baptista, então com 43 anos incompletos, não foi ao estúdio assistir à gravação de suas músicas, nem se envolveu diretamente. Roberto o conhecia de vista do Nice, e só se tornaram mais chegados na década seguinte, durante uma viagem a Salvador. Mas isso é outra história.

Infelizmente, Roberto não se lembra de quem fez os arranjos musicais do disco, nem dos músicos que participaram. Nenhum deles é creditado. Pelo trabalho, ganhou um bom cachê. E não ficaria muito tempo longe do estúdio da Rua do Rezende. Meses depois, convidado por Aloysio de Oliveira, ali retornaria para gravar outro clássico: Orfeu da Conceição – simplesmente a estréia em disco da parceria musical de Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes.

Dona Vitrolina chorou!

Polêmica não foi bem recebido pela crítica. Ouvi-lo, hoje, é ouvir a um disco delicioso e histórico, apesar de serem difíceis de entender algumas de suas falhas – ainda mais em se tratando de um projeto acalentado por tanto tempo, envolvendo um dos protagonistas (Wilson) e uma testemunha direta (Nássara).

O principal erro foi a inclusão de “João Ninguém” no repertório – um samba de Noel que nada teve a ver com a disputa musical -, em detrimento de “Deixa de ser convencida”, a parceria de Wilson e Noel que coroou a série selando a amizade dos dois. “Dona Vitrolina”, crítica musical de Radiolândia, foi implacável:

“Dona Vitrolina chorou!… ouvindo a Polêmica do Noel Rosa e Wilson Baptista, lançada em LP pela Odeon. Levou-se tanto tempo para concretizar tão boa ideia e afinal fizeram um negócio sem expressão, apressado, aquém das tradições daquela discussão musical. Por que não puseram um bom narrador explicando os lances, música após música?”

R. R., colunista de O Jornal, não deixou por menos: a inclusão de “João Ninguém” no disco era uma “aberração”, os arranjos, “de gosto duvidoso”, e a interpretação de Egydio, “pouco recomendável” – faltando-lhe humor e simplicidade. Finaliza R. R.: “É também alarmante o número de erros de revisão que figuram no LP, e que parecem implicar em certo descuido por parte da gravadora, microssulco que, de qualque forma, é de grande importância.”

Mea culpa de Wilson

 

Wilson e o disco Polêmica em foto de divulgação, 1956.

Mesmo assim, o lançamento de Polêmica proporcionou algumas alegrias a Wilson, que voltou a figurar com mais frequência em jornais e a ser convidado para participar de programas de rádio e TV. Mas o preço era alto: com uma obra de cerca de quinhentas músicas gravadas (repleta de sucessos), cadernos transbordando de músicas inéditas e mil histórias para contar, Wilson via-se limitado a responder sempre às mesmas perguntas, em entrevistas que começavam, invariavelmente, com uma palinha dos sambas da Polêmica, passavam pela constatação de que Noel era um gênio e terminavam com Wilson se justificando por ter brincado com o defeito físico do “rival” em “Frankenstein da Vila”. Me espanta que a fixação de todos pela polêmica entre Wilson e Noel tenha varrido do mapa outras polêmicas musicais, como a que houve entre Pixinguinha e Sinhô em fins da década de 1910, e que resultou em sambas nem sempre cordiais. “Já te digo” (de Pixinguinha e seu irmão China) é um exemplo de zoação cruel com a aparência de Sinhô: “Ele é um cabra muito feio / Que fala sem receio / E sem medo do perigo / Ele é alto, magro e feio / É desdentado / Ele fala do mundo inteiro / E já está avacalhado / No Rio de Janeiro.” E não consta que seus autores tenham passado uma vida se desculpando em praça pública.

 

Em 1964, Wilson ainda era procurado pela imprensa para falar da Polêmica e “tirar o chapéu para Noel”.

Apenas um detalhe

Num Sexta Super da Rede Globo exibido em 1977, depois de dizer que, na sua opinião, “Wilson Baptista é o maior sambista brasileiro de todos os tempos”, Paulinho da Viola aproveitou a oportunidade para puxar a orelha dos telespectadores: “Pena que só é lembrado quando se fala da polêmica com Noel. Na verdade, a Polêmica na obra dele é apenas um detalhe.”

Um detalhe, apenas, dentro de duas obras de gênio – as de Wilson e de Noel. Mas que todos nós, amantes do samba, jamais deixaremos de cultuar e ouvir. 

* Rodrigo Alzuguir é produtor, ator, músico e pesquisador. Prepara uma biografia de Wilson Baptista, a ser lançada em 2013.

Veja mais:

Documentário da Rádio Batuta sobre Noel Rosa e hotsite especial também sobre o cantor e compositor.

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